QUANDO O ALIMENTO ARTESANAL DEIXA DE SER SAUDÁVEL.
Sabe quando você vê ali pertinho da sua casa um estabelecimento local com produtos artesanais com dizeres do tipo:comida natural, comida fitness, comida saudável ou quando você vai em uma dessas feirinhas locais e vê um produto artesanal com a seguinte “TAG” : “Feito a mão com amor” ou “artesanalmente feito com carinho” …pois então, as vezes somos embalados por aqueles produtos lindos que vem nos inebriando como uma névoa gostosa. Compramos muitas vezes, nos deixando levar por essa névoa do ‘feito com amor, do carinho e do artesanal’. E tudo bem. Só precisamos nos lembrar que artesanal não é sinônimo, saudável, muitas vezes.
É bom você reconhecer qual o grau de saudabilidade você exige em seu dia a dia. Seja o consumo próprio ou consumo para ser partilhado com pessoas queridas. Ou se você produz e vende alimentos, qual é o grau de saudabilidade que você oferece com o seu serviço do bem, seu negócio na área de alimentos?
- Conhecer alguns fatores que compõem a “saudabilidade” de produtos.
- Reconhecer como é a sua relação ( exigência, prioridade) com esses fatores que trazem efeitos para sua vida e acabam compondo seu perfil de consumo.
- E se você produz e vende produtos locais e artesanais você terá oportunidade de ver algumas dicas que trazem mais clareza sobre como comunicar esses fatores de saudabilidade de seus produtos aumentando assim a percepção de valor dos clientes sobre o que você produz, como produz e o que vende, podendo até aumentar seu preço. E isso vai desencadear outras ideias sobre como educar seu cliente sobre saudabilidade e a relação do que você oferece com serviço do bem.
1.MEMÓRIA AFETIVA E CULTURA : FEITO ARTESANALMENTE COM MUITO CARINHO E AÇUCAR.
A forma como nos alimentamos é muito ligada com a “informação” e as experiências sobre o nutrir e o alimentar que tivemos em nossa família e em nossa cultura. Cada um de nós, com essas heranças carrega em si, conceitos e formas que configuram determinadas visões sobre alimentação e isso acaba compondo certos hábitos, nossos ritmos e até mesmo nosso perfil de consumo.
Se tem um exemplo que eu posso dar é o meu mesmo e esse vem, como se diz por aí, de “berço” .
Nasci numa família que mescla o jeito mineiro de se alimentar ( uma variedade de alimentos à mesa) somado a abundância de alimentos (pra não dizer exagero comum às mães judias) e tom de prazer “judaico” das reuniões sempre em volta do alimento.
Resumindo: come-se variadamente bem e muito.
Uma vez escutei a expressão: “Comer até ficar triste”
e isso refletia exatamente uma forma, um hábito que eu tinha.
Incorporamos muitos hábitos com essa história de como vivenciamos a alimentação: o tipo de alimento que nos foi servido, como vimos o alimento ser preparado, quem o preparava, como era servido. Tudo isso é memória e fica registrado em nossa experiência.
Sobre o tipo de alimento: mineiramente falando, comemos muito queijo e leite, mas muito mesmo. E doce com leite. E queijo. E iogurte com leite. E pão de queijo.
Numa época em que me propus a diminuir o queijo e o leite me surpreendi como TUDO em Minas Gerais tem queijo e leite. Da salada às bebidas. Recentemente, me propus a diminuir os doces e foi muito interessante reconhecer a ligação afetiva e carinhosa que fazia a ponte entre alimento, prazer, ligação com meus avós e pais, a reunião familiar com pessoas queridas.
A memória mais viva que tenho de minha avó Nieta é de quando ia pra casa dela e ao longo do dia, ela fazia pasteis de queijo e banana para mim. Eu adorava os cheiros da farinha, os utensílios que ela usava, a máquina manual com a qual ela abria a massa, os longos movimentos e as risadas dela.
Mas… chega um tempo que é necessário deixar o paladar infantil. E há alguns anos me propus a amenizar o consumo de doces, farinhas, entre outros alimentos. E então percebi que o consumo desses alimentos estavam muito ligados à minha história, à minha cultura.
A beleza do processo artesanal, do carinho, o prazer misturado com os doces inebriavam assim como o sorriso de minha avó.
Tive de fazer muito esforço para criar outro padrão alimentar, entender o que me fazia bem e me nutria. Comecei a perceber que o conceito de saudável e bom já não ressoava tanto com o jeito mineiro de se alimentar. No início me senti um peixe fora d’ água pra não dizer, uma certa culpa, ao reconhecer que parte dos alimentos consumidos em minha infância, em minha casa deveriam agora ser transformados e outras escolhas deveriam ser feitas.
E nesse momento um desabrochar de entendimentos aconteceu.
SÃO MUITOS OS NÍVEIS….ENTENDA O QUE VOCÊ VALORIZA.
2.ELEMENTOS QUE COMPÕEM A SAUDABILIDADE: DICAS PARA VOCÊ E PARA SEU SERVIÇO DO BEM
Dicas para usar e abusar no seu serviço do bem:
- Se você dá preferência para uso de alimentos agroecológicos comunique isso em suas mensagens de marketing.
- Poste fotos, conte histórias ou entreviste o produtor.
- Eduque seu cliente sobre as peculiaridades dos vegetais e seus ciclos de crescimento, colheita.
- Ofereça receitas gostosas que utilizem seu alimento orgânico, agroecológico.
- Se você tempera o alimento com ervas naturais deixe isso claro. Fotos ajudam sempre. Eduque seu cliente sobre a diversidade dos usos e benefícios de temperos e ervas naturais.
Veja um exemplo bem legal feito pelo Restaurante Recanto Vegetariano em São Paulo
Quando entrei escutei o dono do restaurante cochichando algo do tipo: esse pûre de banana está divino e acabou de sair! É um restaurante enorme para 200 pessoas que funciona desde 1981 e tem produção própria 100% orgânicas de folhas e legumes. Você paga um preço de R$40,00 e come o quanto quiser num buffet vegetariano com bebidas, refeição, sobremesa, café, chá.
Bom né? Quando fui o restaurante estava lotado!
Mas o mais bacana foi ver que ao invés de ter uma televisão passando notícias de jornais tinha uma projeção com vídeos que mostravam a colheita dos produtos do restaurante e o orgulho da colheita!
Clique aquipara ver um desses vídeos.
Bem legal visualizar a procedência do alimento, a colheita, a felicidade de quem participa do processo.
Isso transforma qualquer almoço!
3-MAIS DICAS PARA SEU SERVIÇO DO BEM
- Incentive a produção própria de ervas, distribua mudas como um bônus ou um agradecimento para seu cliente.
- Por outro lado informe sobre os malefícios dos temperos industrializados, realçadores de sabor. Diga claramente como eles vão trazer malefícios ao seu cliente.
- Conte seus bastidores. O que é que você pode revelar que é muito bacana nos seus bastidores. Qual parte do processo seu cliente iria gostar muito de conhecer? Utilize vídeos, imagens.
- Limpeza e salubridade. Levante a mão se você já duvidou desses elementos em algum produto comprado. Pois então, mostre o CUIDADO que seu negócio tem nesse quesito. Não custa lembrar a insalubridade, cuidados com validade de produto, tudo isso pode matar.
- Sobre acondicionamento e embalagem o tipo de material você utiliza mostrando como seu negócio importa para que o alimento se mantenha bem acondicionado.
Enfim você pode ajudar muito o seu cliente a entender o valor do que você faz e como você faz.
Ela me perguntou:do que é feita a farinha de trigo no Brasil?Achei meio óbvia e respondi: de trigo, uai! Então tive uma verdadeira aula. Ela me contou que, atualmente, no Brasil, a farinha de trigo não leva apenas trigo. Podem existir diversos outros itens em sua composição, dispensados da obrigatoriedade de constarem no rótulo. Não fazemos ideia de que a maioria da nossa farinha leva alvejante – sim, ela não é branca só por conta da moagem – e um punhado de outros componentes que, em tese, melhoram o produto ( os melhoradores e tantos outros aditivos na pré mistura que é usada amplamente nas padarias).
- o sabor é incomparável ao do pão tradicional;
- Um índice glicêmico mais baixo do que outros pães;
- Sua digestão é mais fácil, até mesmo para aqueles que são sensíveis ao glúten, devido a sua fermentação mais lenta;
- Pode ser armazenado por mais tempo, pois o ácido acético que inibe o crescimento de bolor é produzido na fabricação de fermento;
- Aumenta o teor de bactérias benéficas no intestino;
- Possui uma série de nutrientes devido a complexidade de sua composição.
Você precisa educar seu cliente em relação à esses segredos importantes!
Nós consumidores não sabemos muitas coisas e você, com seu saber, pode nos ajudar a entender como as coisas são feitas!
A verdade é que quando eu comi o pão da Benjamim Casa de Pães eu descobri que eu não sabia o que era um pão de verdade!
E hoje estou decidida a seguir o conselho de Benjamine: Se for pra comer pão, se for pra oferecer para amigos e familiares que seja da Benjamim Casa de Pães! Manda uma mensagem pra Benjamine, vai! 31-99824-3232.4-
4- ARTESANAL É MAIS SAUDÁVEL ?
Ah! a notícia fresca é que : Em breve abriremos inscrições para um grupo pequeno para acomanhamento do seu serviços do bem.O modo como escolhemos e nos posicionamos é um elemento chave que influencia na percepção de valor que as pessoas tem e tecem sobre o que você faz.
Essa é uma oportunidade para mulheres, profissionais autônomas que se comprometem a tecer rotas mais rentáveis alinhadas aos seus valores de vida, de forma que elas consigam retorno financeiro, implementar, com mais fluidez ações de marketing e vendas e construir relações mais equilibradas e assertivas, sendo reconhecidas por sua marca singular, consciente e transformadora.
Se você tem interesse, envie um email para contato@educacaoharmonica.com.br para receber mais informação. Trabalharemos com grupos pequenos.
Uma boa semana para você!
Ana Charnizon
www.educacaoharmonica.com.br