Cuidado.
Esse post traz revelações que podem abalar suas crenças, principalmente com a revelação que tenho a fazer ao final.Então vamos combinar que não vale pular o texto para espiar o final do post, ok? (Claro que você pensou nisso, tudo bem!).
Prometo que ao final, você vai receber um pequeno presente. Algo singelo, mas muito especial. A parte boa é que essa breve história e relato pessoal que compartilho podem ampliar suas referências e fazer com que você ressignifique o modo como você olha, celebra ou não o “Natal”.
HISTÓRIAS DE NATAL
Um dia desses recebi em minha casa, um casal de amigos com dois filhos pequenos ( de 4 e 5 anos de idade). De repente, me deparei com a seguinte cena: o caçula cochicha uma pergunta nos ouvidos do pai, que por sua vez, dá um longo suspiro e responde:
“-Filho eu acho que seu coleguinha da escola está com as ideias emboladas. Eu acho que o Papai Noel não existe não”.
NATAL: CELEBRAMOS O QUÊ MESMO?
É um desafio para quem tem crianças pequenas responder essa pergunta, pois ela envolve tantas questões que passam pela história, religião e fantasia, certo?
A cena pode ficar bem confusa uma vez que em algumas culturas essa celebração cheia de luzinhas coloridas, pisca piscas, árvore com bonequinhos e presentes são consideradas exclusivamente, como uma festa cristã e portanto não “pode” ou “deve” ser comemorada em certas religiões.
UMA POSSÍVEL NARRATIVA
Tenho ascendência judaica. E cresci ouvindo a pergunta: Ana, mas sua família comemora Natal ?Em alto e bom som, como diz meu pai, eu sempre respondi e continuo respondendo :- ) Sim. Comemoramos natal todos os anos!
1) Porque minha família sempre valorizou o encontro, a reunião de pessoas queridas e a celebração coletiva! Toda celebração sempre foi muito bem vinda!
2)Meu pai tinha uma loja de brinquedo, a Rei dos Brinquedos e as vendas do Natal garantiam boa parte do leitinho das crianças ao longo do ano. Então, o natal era uma época importante, um pouco tensa sim e de muito, mas muuuuito trabalho. Em alguns anos, a gente comemorava mesmo as vendas da loja! Em outros anos não tão bons em vendas, a gente comemorava mesmo a possibilidade em estarmos todos juntos.
3) Eu adorava o clima e o movimento do Natal em casa: os móveis na sala sempre rearranjados, os movimentos de limpeza especial da casa, a confusão e cheiros deliciosos que saiam da cozinha, a generosidade de minha mãe preparando bolos, bombons, biscoitos, strudel e todas as coisas deliciosas para cada pessoa da família e para os funcionários da loja.
E por último a tarefa que era dada a mim: a montagem da árvore com as luzinhas e muitos enfeites pequeninos.
Fui crescendo e apurando o paladar e hoje o Natal continua sendo tudo isso e hoje posso ainda acrescentar mais uma coisa:
4) A mesa da celebração sempre muito linda e com alimentos que minha mãe só prepara nessa ocasião, por exemplo, o pure de damasco. Oh céus, aquilo sim é o paraíso. Nem adianta pedirmos pra ela fazer em outra data. Só tem no natal. ( Vim aqui editar esse texto escrito por mim em 2017….algumas coisas permancem, outras mudam)….Com os ciclos agora sou eu a responsável pelo ritual, pelo preparo dos alimentos, pela mesa, e principalmente, responsável por aprender a lidar com as transições quando no caminhar da vida, nos deparamos com muitas questões no envelhecer de nossos pais e no nosso caminho.
Com todas as memórias tão sensoriais sempre tive a estranha a sensação que me levava a perguntar:
Como não comemorar o natal?
Interessante notar que por trás dessa pergunta, acompanhava também um certo incômodo:
Como uma família judia pode comemorar o natal?
CORAGEM PARA TECER NOVAS REFERÊNCIAS:
RESSIGNIFICANDO O OLHAR SOBRE O NATAL
Vamos “chamar” aqui Joseph Campbell. No livro O Poder do Mito e os demais livros dele vemos que é muito presente em culturas que antecederam o cristianismo mitos solares,com deuses que marcam a data de seu nascimento perto do solstício de inverno…Mas por que culturas tão diferentes sinalizam um mesmo ponto?
Pois todas elas tem a referência nos ciclos da natureza. O “ponto de encontro” de todas essas culturas gira em torno do Solstício de Inverno (no hemisfério norte), o ciclo marcado pelo o inverno rigoroso que parece extinguir a vida.
Uma das características do mito solar, é o próprio ciclo do Sol que nasce, morre, renasce. Giramos em torno dos mitos solares- do retorno da luz e assim do renascimento à vida. O retorno do sol faz ressuscitar a vida e traz em seus raios a promessa da volta das colheitas. Na foto ao lado, vemos a lebre como representação do renascimento.
E assim, o mito do deus sol salvador da humanidade aparece em várias culturas dentre elas o natal cristão que é uma adaptação dos antigos cultos pré-cristãos de povos europeus e do Oriente Próximo.
NATAL: RUPTURAS E CONTINUIDADES E MUITO SINCRETISMO CULTURAL
Lembre dos elementos da ceia de natal: os alimentos típicos são o porco e o peru, frutas secas e castanhas, associados ao inverno. “A Árvore de natal com suas luzes é um pedido para que o sol retorne trazendo a primavera e o fim do inverno, Papai Noel de cristão não tem nada e a própria cena da natividade, com Cristo nascendo numa caverna, é um eco do mito de Mithras…” (Crow, Cláudio)
Mas…..E o papai noel ?
Reza a lenda que o bom velhinho chama-se Nicolau de Bari ou Nicolau de Mira.
A generosidade a ele atribuída granjeou-lhe reputação de mágico milagreiro e distribuidor de presentes.
Filho de família abastada, doou seus bens para os pobres e desamparados.
Entretanto, tecia um grande amor pelas crianças e foi através delas que sua lenda se popularizou e que Nicolau acabou canonizado no coração de todas as pessoas.
POR FIM……
A UNIVERSALIDADE DA FESTA
Fui percebendo como estamos todos no mundo comemorando o ciclo. Não importa qual é o seu “religio“. Estamos todos comemorando o festival da luz (nós do hemisfério sul vivenciando o pico da luz com o verão e o hemisfério norte o retorno da vida, com o retorno do sol.
Todos nós vivenciamos os ciclos, internos e externos da natureza.
Temos chance de reacender nossa chama interna para continuar nossa caminhada. Celebrar a colheita. Celebrar o que foi tecido, aprendido. Celebrar também o que não se tem ou o que não foi alcançado, pois esse material aduba a jornada.
As respostas literais não nos ajudam, os mitos sim.
A literatura nos ajuda a seguir em frente, a ritualizar e sintonizar com os ciclos da vida e da natureza.
Os mitos nos ajudam em nossa jornada do pertencimento a nós mesmos e ao senso de pertencer à comunidade.
MAS…
Mas se você quer saber mesmo se papai noel existe: Eu tenho uma resposta bem literal pra você. Aqui vai a revelação: Deixemos de lado essa ânsia de responder se papai noel existe, pois…..
Ele existe sim e é meu pai que se chamava Noel e tinha um aloja de brinquedos. Ele sempre vai existir em nossa memória.
Compartilhemos sim os mitos e as histórias! Elas sim podem nos ajudar!
Desejo a você uma linda celebração de solstício! Que seu próximo ciclo seja repleto de coisas boas e bonitas!
Ana Charnizon (filha do papai noel)
P.S 1 E A PARTE DO PRESENTE SINGELO?
Oh! Sim! Eis aqui! Depois desse textão seria bom ajudar-lhe na preparação dessa celebração do solstício! Veja aqui pequenos mimos para você mesmo fazer e enfeitar sua casa honrando esse espaço de nutrição que é o lar.
P.S.2 PRESENÇA É PRESENTE
Esse ano eu lhe convido a abrir um presente coletivo em sua noite de natal. Num tempo de tantas perdas, por vezes, não sabemos lidar com o vazio que se apresenta no silêncio e nas relações.
Precisamos de um toque , algo que possa romper uma barreira para que possamos criar uma ambiência acolhedora, em que o amor e a empatia se façam presentes através da escuta. A brincadeira tem essa função. E hoje minha sugestão é um aplicativo chamado: Conversadeira- que nos ajuda a sustentar presença, a hospedar a escuta, a criar espaço para dar colocar na roda nossos tesouros internos, a saber: nossa experiência de vida, desejos, vivências e nossa percepção singular do mundo.
O que escutamos nos afeta incrivelmente. A escuta abre chances de ressignificação e cria campo fértil para novos nascimentos de possibilidades e rotas em nossas vidas
Escutar o patrimônio simbólico do outro e ao mesmo tempo compartilhar o nosso…que presente, hein?
Agradeça às criadoras desse jogo, Carolina Nalon e Silvia Strass.
A escuta transforma nossas vidas.
Presença é presente. Nessa noite, vamos acolher e “hospedar” as pessoas através da escuta?
Eis aqui. Vá até google play, digite : Conversadeira, faça o download e pronto.
Que você possa celebrar a vida, o amor e o que emerge das conversas singulares e empáticas.
Ana Charnizon
SOBRE OS SERVIÇOS DO BEM:
SERVIÇOS DO BEM- é um núcleo da Educação Harmônica que ajuda profissionais autônomas a tecerem rotas mais rentáveis alinhadas aos seus valores de vida, de forma que elas consigam retorno financeiro, implementar, de foma mais fluida ações de marketing e vendas e construir relações mais equilibradas e assertivas, sendo reconhecidas por sua marca singular, consciente e transformadora.
A EDUCAÇÃO HARMÔNICA
Ana Charnizon e Eugênia Corrêa tecem, há 10 anos, o trabalho com a Educação Harmônica e acreditam que a transformação na vida acontece quando, ao reconhecer sua singularidade, o indivíduo se conecta com os conteúdos e experiências que o nutrem no mundo.
Assim, conectando o “interno e externo”, a Educação Harmônica cria e conduz processos de auto desenvolvimento e capacitação de indivíduos e serviços do bem numa ambiência acolhedora. Com isso, promove a ampliação de referências, o tecer das relações equilibradas e mais saudáveis consigo, com o outro e com o todo e o alcance de novos patamares.